quarta-feira, 9 de maio de 2012

ESPERANÇA!

Esperança, na ótica do Budismo Nitiren, se refere a uma revigorante energia vital fluindo do âmago da vida e enchendo a mente e o corpo de vontade de luta.


O que é esperança?

Esperança é um sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que se deseja. É a confiança em algo positivo. Mas apesar da origem etimológica da palavra fazer menção a esperar algo, no budismo o termo ganha pujança.
O presidente Ikeda em muitos discursos e em diálogos incentiva seus discípulos olhando fixamente com máxima força e bradando: “Kibô!” (esperança). Neste sentido, esperança é jamais desanimar, é reunir forças de onde parece não haver e orar ao Gohonzon com forte fé tendo a mente serena e o coração cheio de coragem.

“A prática da fé é a eterna esperança”

por Daisaku Ikeda

Rei Alexandre, o Grande

Uma fé forte e invencível é crucial. A oração é crucial. A fé e a oração determinam tudo.
O rei Alexandre, o Grande, preparou-se demoradamente e organizou sua partida para o Oriente e para o mundo. O jovem grande rei distribuiu todos os seus tesouros e riquezas para seus súditos, dizendo:
— Concedo tudo isto a vocês. Portanto, sigam-me tranquilamente sem nenhum receio!
Um dos súditos, estranhando essa atitude, perguntou-lhe:
— Ó meu rei! Vossa Majestade concedeu todos os seus tesouros aos súditos. Desta forma, seu cofre ficará completamente vazio. O que Vossa Majestade pretende fazer?
O rei Alexandre, sorrindo, respondeu-lhe:
— Eu não concedi todos os meus tesouros. Minha maior riqueza está guardada cuidadosamente ao alcance de minhas mãos.
O súdito, sem entender nada, perguntou-lhe novamente:
— Desculpe, majestade, mas não consigo vê-la. Onde é que está guardada?
O rei disse-lhe finalmente:
— Meu tesouro secreto e mais precioso chama-se “esperança”.


Ter esperança é crucial

Não há tesouro mais precioso que a esperança. Se possuir esperança, tudo pode ser alcançado e conquistado. Caso se empenhem na vida diária com ardente esperança, também será possível conquistar todos os outros tesouros.

A chama da fé

Somente a esperança pode extrair a energia e a capacidade inerentes na vida humana.A esperança é como a baqueta que produz sons nos tambores. A chama que faz arder a esperança ao máximo é a prática da fé e a prática da fé é a eterna esperança.

Esperança é vida. Desesperança é morte

O grande poeta inglês Shelley disse: “Se o inverno chegou, a primavera não está distante”. E o espanhol Cervantes escreveu: “Não há noite que não amanheça”, “O inverno infalivelmente se torna primavera” e “Enquanto houver vida, haverá esperança”.

Erga a cabeça. E avance.

Se você viver com grande esperança crescerá e desenvolver-se-á ampla e plenamente. Por isso, aconteça o que acontecer, jamais desista nem seja derrotado.
No fundo de nosso coração existe a primavera, uma nova manhã e um radiante sol. Sempre avance de cabeça erguida. Esperança é vida e desesperança é morte. Esperança é vitória e desistência é derrota.

“Biologia da Esperança”

Daisaku Ikeda diz: "Tive o prazer de conhecer o Dr. Norman Cousins (1912-1990) e tê-lo como um grande amigo. Considerado como a consciência norte-americana, denominou sua última obra de A Cabeça em Primeiro Lugar: a Biologia da Esperança e o Poder Curador do Espírito Humano. É uma obra muito interessante na qual o Dr. Cousins procura comprovar cientificamente que a força da esperança influencia o corpo humano.
Ele escreveu: 'A força de vontade de viver ativa a fábrica de remédios que existe no corpo humano'. O presidente Toda disse também que'o corpo humano é uma indústria farmacêutica'.
De acordo com o Dr. Cousins, a esperança de continuar vivendo faz com que o cérebro emita uma ordem ao corpo humano para ativar seu metabolismo a fim de combater as doenças. A esperança é o comandante que conduz a vida para a vitória. É uma arma secreta, a mais poderosa do arsenal da vida humana.

Rir é bom para a saúde

Rir também é bom para a saúde pois libera a endorfina, que é uma substância com propriedade analgésica. O Dr. Cousins cita as palavras do humorista norte-americano Josh Billings (1818–1885), que disse: “Há muita diversão na medicina, mais há muito mais medicina na diversão”.
O Dr. Cousins comentou: “O ponto mais precioso que aprendi na escola de Medicina foi a importância de encorajar os pacientes para que consigam recuperar o ânimo e a confiança em si próprios. Não é apenas oferecer algum conforto espiritual, mas uma luta de vida ou morte para despertar todas as forças e recursos inerentes no corpo do paciente. A confiança e a esperança são fatores determinantes que ativam a farmácia interna para que trabalhe com toda a intensidade.”

Pense algo maravilhoso

Ele fez também a seguinte experiência: Extraiu um pouco de sangue de um paciente. Esperou cinco minutos e extraiu novamente uma outra amostra. Dependendo do que o paciente pensou nesses cinco minutos, verificou-se uma alteração no sistema imunológico. Repetindo essa experiência com várias outras pessoas, ele concluiu que o sistema imunológico torna-se mais ativo e forte quando as pessoas pensam em algo maravilhoso.

Esperança viva

Ao contrário, quando imaginam coisas que não trazem esperança, ocorre um enfraquecimento no sistema imunológico. Portanto, conversem com as pessoas e ofereçam uma forte esperança. Com isso, a esperança estará sempre viva dentro de nós mesmos.

A longa jornada da vida

O Dr. Cousins continua: “a morte não é a pior tragédia no curso da vida, mas, sim, morrer sem descobrir a possibilidade de crescer ainda mais”.
Exemplo: “Eu sou assim mesmo. Não consigo fazer mais nada. Já cheguei ao limite de minha capacidade” — esta alegação não tem na verdade nenhum fundamento. É apenas uma mera desculpa para justificar o próprio fracasso. Mesmo nessa condição, é preciso sustentar a esperança para mudar a situação e abrir um novo caminho para o próprio desenvolvimento.

A vitória de Nitiren

Jossei Toda afirma: “Nitiren despertou para o grande ideal de promover a revolução humana do mundo aos dezesseis anos, alcançou a percepção do grandioso princípio filosófico que permeia todo o Universo aos 32 e manteve sempre acesa a chama da esperança e de seus sonhos da juventude até o momento de sua morte, aos 61 anos. Sua vida foi realmente uma majestosa obra em prol da felicidade absoluta de toda a humanidade."

A fonte está no Gohonzon

Toda conclui: “Sejam jovens ou idosos, desejo que abracem com convicção a esperança na vida diária e vivam em prol dessa esperança. A fonte da energia vital que permite viver por essa esperança encontra-se no Gohonzon, que contém a própria vida de Nitiren Daishonin.”

Gohonzon, a chave da esperança revitalizadora

O Gohonzon é uma fonte inesgotável de esperança. O Budismo Nitiren é o “Budismo da Esperança”. Foi justamente em meio à Perseguição de Tatsunokuti e ao Exílio na Ilha de Sado que Nitiren revelou o Gohonzon pela primeira vez. Foi num momento em que a vida dele estava em risco. O exílio era como ser atirado num escuro e gélido calabouço.

O Gohonzon é fonte de esperança

Nesse local desesperador que não transmitia a mínima esperança, ele revelou o Gohonzon, que concede a maior das esperanças para a humanidade. Eis aqui um profundo significado: O Gohonzon não foi inscrito dentro de um belíssimo e suntuoso templo, nem em meio à extravagância e opulência, muito menos para obter autoridade.

O Kossen-rufu

Mesmo enfrentando severas perseguições, Daishonin fez arder as chamas da grandiosa esperança do Kossen-rufu e incutiu no Gohonzon o espírito de lutar a todo o custo por esse ideal.

Jamais perca a fé

“Eu, Nitiren, inscrevi minha vida em sumi.” (END, vol. I, pág. 276.) Isto quer dizer que Daishonin incorporou no Gohonzon todo o seu espírito de lutar pelo Kossen-rufu. Por esta razão, aqueles que deixam de lado a fé no Kossen-rufu não conseguem a verdadeira fusão de sua vida com o Gohonzon.

O budismo é o mito do valor universal

O Dr. Joseph Campbell, um dos grandes nomes em Mitologia Comparativa relata sua conclusão após pesquisar e comparar pensamentos e mitos de todos os tempos e cantos do mundo:
“As mudanças que ocorrem no mundo obrigam também a uma mudança nas religiões. Embora não existam mais fronteiras no mundo contemporâneo, não abraçamos ainda um mito de valor universal que englobe nosso planeta Terra. De acordo com meus conhecimentos, o budismo é o único que mais se aproxima do mito do valor universal, pois revela a existência da natureza de Buda em todos os fenômenos. O fator mais importante é o ato de perceber essa natureza.

“Mito” como “filosofia”

Ele utiliza a palavra “mito” com o mesmo sentido de “filosofia”. O “ato de perceber essa natureza” não é senão nosso movimento pelo Kossen-rufu. É o movimento que visa a despertar as pessoas para a natureza de Buda inerente em si mesmas, para a percepção do ilimitado potencial existente em sua vida e para ensinar a fonte da inesgotável esperança.

Fonte:
Jornal Brasil Seikyo - Edição 2037 - Publicado em 29/Maio/2010 - Página A6

domingo, 6 de maio de 2012

O QUE É A SOKA GAKKAI?

Soka Gakkai

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Soka Gakkai é a designação de uma ong que tem como objetivos o estabelecimento da paz, da cultura e da educação. Tem como base filosófica o Budismo de Nitiren Daishonin. Possui aproximadamente 15 milhões de membros em 192 países e territórios do mundo.
O budismo de Nitiren Daishonin tem como prática principal o Daimoku que consiste na recitação do mantra "Nam-Myoho-Rengue-Kyo" .
Após um grande desenvolvimento ao redor do mundo, em 1975 foi fundada por Daisaku Ikeda na Ilha de Guam a Liga Budista Internacional, posteriormente denoominada Soka Gakkai Internacional - SGI
Em Outubro de 1981, a Soka Gakkai Internacional foi oficializada como organização não-governamental (ONG) de posição consultiva no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e no Departamento de Informações Públicas (UNDPI). Em maio de 1983, foi registrada como uma ONG no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e, em 1989, integrou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É também entidade membro da World Federation of United Nations Associations - Federação Mundial das Associações das Nações Unidas (WFUNA).
No início dos anos 90, fortes divergências com a ordem clerical associada, a escola Nitiren Shoshu, levaram a uma separação definitiva entre as duas. Atualmente é uma organização sem uma ordem monástica associada.
A história da Soka Gakkai é repleta de desafios e triúnfos e foi construída sob a liderança de seus três primeiros presidentes, considerados pelos membros desta organização como os eternos mestres do Kossen-rufu: Tsunessaburo Makiguti, Jossei Toda e Daisaku Ikeda.

 

História

Em 1903, aos trinta e dois anos de idade, Tsunessaburo Makiguti publicou, pouco antes da Guerra Russo-Japonesa, a obra Geografia da Vida Humana. A mentalidade da sociedade japonesa da época pode ser simbolizada pela atitude de sete famosos acadêmicos do Japão, da Universidade Imperial de Tóquio, que fizeram uma petição ao Governo para que endurecesse sua postura com a Rússia, inflamando ainda mais a população à guerra. Já Makiguti, um professor desconhecido, enfocava a comunidade local, mas com a consciência da cidadania global.
Aos quarenta e dois anos, Makiguti foi nomeado diretor de uma escola primária em Tóquio e durante os vinte anos seguintes desenvolveu algumas das mais notáveis escolas públicas de Tóquio.
Uma das maiores influências no pensamento de Makiguti foi o filósofo americano John Dewey, em cuja filosofia se baseou para criar uma mudança no sistema educacional japonês. Um franco defensor da reforma educacional, Makiguti encontrava-se sob constante vigilância e pressão das autoridades.
Em 1928, aos 57 anos, Makiguti conheceu o budismo e sentiu que havia encontrado nessa filosofia os meios pelos quais poderia concretizar os ideais que buscara durante toda a vida — um movimento pela reforma social por meio da educação. Em 18 de novembro de 1930, Makiguti e seu discípulo e também professor, Jossei Toda, publicaram o primeiro volume do livro Sistema Pedagógico de Criação de Valores (Soka Kyoikugaku Taikei). Eles decidiram chamar a editora de Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valores) e formaram um grupo para empreender atividades educacionais e religiosas, o qual foi a instituição precursora da Soka Gakkai.
Makiguti pretendia publicar doze volumes da obra. O primeiro foi lançado em 1930. O segundo, em 1931, o terceiro em 1932 e o quarto, em 1934. Os oito volumes seguintes jamais foram publicados. Dez anos se passaram desde o lançamento do quarto volume até o falecimento de Makiguti na prisão em 1944. A visão de Makiguti passou por uma grande mudança nesse período por ter se convertido ao Budismo de Nitiren Daishonin. Seu interesse por essa filosofia era tão grande que ele passou a se dedicar totalmente às atividades da Soka Gakkai. Ele via nela a possibilidade de propagar seus ideais humanísticos em prol da educação.
Em 1935, o estatuto da Sociedade Educacional de Criação de Valores ficou pronto. O artigo 1º estabelecia o seu nome e o artigo 2º estipulava que seus objetivos estavam voltados para as pesquisas relacionadas à criação de valores, ao desenvolvimento de professores altamente capacitados e à reforma do sistema educacional do país. Em julho de 1936, o primeiro dos seminários foi promovido pelo grupo no alojamento Rikyobo, no Taissekiji. Em 1937, Makiguti, Toda e mais de cinqüenta pessoas realizaram uma cerimônia no Auditório Meikei de Tóquio, marcando um novo início para a organização, e assim instituindo oficialmente a Soka Kyoiku Gakkai. Iniciou-se também um grande movimento de propagação do Budismo Nitiren com a realização de reuniões de palestra, que logo se tornou uma atividade tradicional da organização.
Em 1940, foi realizado um segundo encontro. A organização havia atingido o número de quinhentas famílias, sendo necessária uma revisão em seus regulamentos. Makiguti foi nomeado presidente e Toda, diretor-geral. Nessa época, eclodiu a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pelos nazistas. As tropas do Japão também avançavam, invadindo a China e a Coréia.
Observando o desenrolar dos acontecimentos, Makiguti criticou abertamente a política do governo japonês de unificar todos os ensinos ao xintoísmo, religião oficial do governo. Como conseqüência, em junho de 1943 os líderes da Soka Gakkai foram convocados a comparecerem ao Taissekiji. Nessa ocasião, o clero sugeriu que os membros da organização acatassem a decisão do governo e abraçassem “provisoriamente” o talismã xintoísta. Makiguti ficou indignado com essa proposta que feria totalmente o espírito do Budismo de Nitiren Daishonin. Em vista disso, todas as atividades da Gakkai passaram a ser vigiadas pela polícia Especial de Segurança.
Makiguti não se intimidou e isso resultou na prisão dele, de Toda e de vários líderes da organização, acusados de violarem a Lei da Preservação da Paz e de desrespeitar os santuários xintoístas. Devido à pressão, somente Makiguti e Toda mantiveram-se firmes e irredutíveis. Makiguti foi enviado à prisão de Sugamo e submetido a interrogatórios, sendo privado de todos os direitos, até de escolher seu próprio advogado, sofrendo diversos tipos de privações. Debilitado pela desnutrição, no dia 17 de novembro de 1944, Makiguti pediu aos carcereiros que o transferissem para o ambulatório da prisão, onde logo entrou em coma e faleceu por volta das seis horas da manhã do dia 18 de novembro de 1944, aos 73 anos de idade.
Após ser libertado da prisão, em 3 de julho de 1945, Jossei Toda deu continuidade aos ideais de Makiguti, reformulando e construindo a base da organização, que passou a se chamar Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores). Em 1948, durante uma reunião de palestra - principal atividade da organização onde se realizam diálogos de vida a vida e discussões sobre a aplicação do Budismo na vida diária, Jossei Toda se encontra pela primeira vez com Daisaku Ikeda. Impressionado com os nobres ideais de Toda, suas respostas claras e convictas e sua visão de um modo correto de se viver, Daisaku decide tornar-se seu discípulo, acompanhando-o em todos os empreendimentos delineados para a propagação do Budismo de Nitiren Daishonin.
Jossei Toda assume como Presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1951, quando lançou como objetivo de sua vida a expansão do Budismo de Nitiren Daishonin para 750 mil famílias. Na ocasião, a organização contava com apenas 3 mil famílias e muitos dos presentes acharam que este objetivo nunca seria alcançado.
Ele passa a viver num ritmo alucinante a fim de reconstruir a Soka Gakkai. Edificou organizações de base, realizou reuniões de palestra por todas as partes do Japão, orientou os membros sobre diversos assuntos, fez visitas às famílias e fundou as Divisões Feminina, Feminina de Jovens e Masculina de Jovens.
Ainda no ano de 1951, visando comemorar os setecentos anos do estabelecimento do Verdadeiro Budismo, Toda anunciou o projeto de publicação da coletânea completa das escrituras de Nitiren Daishonin (Gosho Zenshu). Com o auxílio de seu discípulo, Daisaku Ikeda, a obra foi lançada em 28 de abril de 1952.
Em 1957, o número de associados ultrapassou 765 mil famílias. No dia 8 de setembro daquele ano, foi realizado um festival esportivo pela Divisão dos Jovens denominado “Festival da Juventude”. Nessa ocasião, Jossei Toda proferiu sua famosa “Declaração pela Abolição das Armas Nucleares” para as 50 mil pessoas presentes no Estádio Esportivo de Mitsuzawa e a deixou como principal testamento para os jovens.
Em 16 de março de 1958, Jossei Toda liderou pela última vez uma atividade. Essa data ficou conhecida como o “Dia do Kossen-rufu”, ocasião da transmissão da tarefa de realizar a paz mundial à Divisão dos Jovens, mais precisamente a Daisaku Ikeda.
Duas semanas depois, no dia 2 de abril de 1958, Jossei Toda encerrou sua nobre existência aos 58 anos de idade, após concluir todos os seus empreendimentos.
Com o falecimento de Toda, alguns duvidavam que a Soka Gakkai sobrevivesse, mas a determinação e o empenho de Ikeda fez com que as dúvidas se dissipassem no coração dos companheiros, devolvendo-lhes esperança e dando novo impulso à organização.
Em 3 de maio de 1960, Daisaku Ikeda assume a terceira presidência da Soka Gakkai. A data simboliza a unicidade de mestre e discípulo e o espírito primordial do Budismo Nitiren. Decidido a impulsionar o Kossen-rufu mundial, no mesmo ano ele parte para o exterior para estruturar a organização e estreitar os laços de amizade entre os povos — missão que vem sendo cumprida até hoje. Com o grande desenvolvimento em nível mundial da organização, foi fundada no 26 de Janeiro de 1975, na Ilha de Guam (Havaí), a Soka Gakkai Internacional. Desde então, o budismo de Nitiren Daishonin foi difundido para diversas culturas e países através das atividades da Soka Gakkai, estando hoje presente em 192 países e territórios, perfazendo cerca de 12 milhões de associados praticantes em todo o mundo (2009).Dos 192 países somente em 70 países a Soka Gakkai é reconhecida oficialmente, seja por motivos religiosos ou por não haver uma estrutura de organização. Recentemente a SGI-Portugal estruturou-se como organização religiosa, apesar de haver praticantes lá desde a década de 80.
Além de dialogar com líderes mundiais (cerca de 1700 personalidades), Daisaku Ikeda fundou diversas instituições como a Associação de Concertos Min-On, o sistema educacional Soka, o Museu de Arte Fuji de Tóquio, o Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (Cepeam), entre outros, empreendimentos estes reconhecidos em todo o mundo.

 

Soka Gakkai no Brasil

No Brasil é representada pela Associação Brasil Soka Gakkai Internacional, geralmente chamada de BSGI ou "a organização", como seus membros a chamam internamente é uma organização de praticantes do Budismo de Nitiren Daishonin.Em Portugal ela é chamada como SGI-Portugal (SGI-POR).
A BSGI tem uma base de estrutura descentralizada. A menor fração da organização é o bloco, um conjunto de dois ou mais blocos geram uma comunidade, um conjunto de comunidades, um distrito, um conjunto de distritos, uma regional ou área, um conjunto de regionais ou áreas, uma região metropolitana ou RM, um conjunto de RM, uma subcoordenadoria. Subcoordenadorias formam uma coordenadoria. Atualmente a BSGI tem quatro coordenadorias a saber:
  • CCSP (Coordenadoria da Cidade de São Paulo) - abrange a cidade de São Paulo
  • CMSP (Coordenadoria dos Municípios de São Paulo) - abrange as cidades da grande São Paulo
  • CRJ (Coordenadoria do Rio de Janeiro) - abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo
  • CRE (Coordenadoria das Regiões Estaduais) - cobre o oeste do Estado de São Paulo e os demais estados do Brasil
Existem ainda coordenadorias que não fazem parte desta estrutura, administrando outras situações específicas, como a Coordenadoria Educacional que atua nas atividades ligadas a educação e a Coordenadoria de Relacionamento Internacional que administra os grupos de brasileiros que praticam em outros países, notadamente Japão, e que devido principalmente a língua tem dificuldade para se integrar com a SGI local.
Em setembro de 2008, durante a reunião do Conselho Central da BSGI, criou-se o Conselho Orientador da BSGI, sendo indicados por unanimidade, como presidente e vice-presidente deste conselho, os Srs. Eduardo Taguchi e Rubens Kamata e foram nomeados como novos presidente e vice-presidente da BSGI os Srs. Júlio Kosaka e Naoto Yoshikawa.
Divisões
Os membros da BSGI estão divididos conforme o sexo, faixa etária e período escolar. O objetivo destas divisões é criar grupos onde existe um melhor entendimento das situações vividas. Também não são regras rígidas, havendo várias exceções de acordo com circunstâncias particulares. Um claro exemplo destas exceções é a Divisão dos Estudantes. Entre 14 e 17 anos, os jovens fazem parte tanto da Divisão dos Estudantes como das Divisões Masculina de Jovens e Feminina de Jovens. Nas atividades específicas de cada uma destas divisões, diferentes aspectos da vida são estudados e discutidos. As divisões que existem hoje na BSGI são:
  • DS (Divisão Sênior) - Homens com mais de 35 anos.
  • DF (Divisão Feminina) - Mulheres casadas, com filhos ou com mais de 35 anos.
  • DMJ (Divisão Masculina de Jovens) - Rapazes entre 14 e 35 anos.
  • DFJ (Divisão Feminina de Jovens) - Moças solteiras e sem filhos, entre 14 e 35 anos.
  • DE (Divisão dos Estudantes) - Jovens entre 6 e 17 anos.
Atualmente a missão de cada divisão é promover um aspecto da prática budista. A Divisão Sênior(DS)ficou responsável por promover o kofu, como é conhecido o sistema de arrecadação de contribuições utilizado pela BSGI. A Divisão Feminina(DF)ficou responsável pela divulgação do Brasil Seikyo, principal periódico da organização e a Divisão dos Jovens(DJ) pelas atividades de propagação e proselitismo, o chakubuku.
 
 Kofu
O sistema de contribuição para o Kossen-Rufu ou simplesmente Kofu como é comumente chamado na BSGI é o tipo de sistema de arrecadação de contribuições utilizado pela BSGI. Tem origem quando os membros da Soka Gakkai solicitaram ao 2º Presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, uma forma de contribuir também com o Kossen-Rufu através de doações em dinheiro.No princípio Toda foi contra esta idéia pois achava que ele deveria custear as atividades da organização,mas devido ao crescimento estrondoso da organização isto ficou economicamente inviável.Este sistema funciona com base em um valor mínimo chamado cota.Trimestralmente os membros da BSGI podem doar, voluntariamente, o valor que desejarem. Não existe a obrigatoriedade de uma contribuiçõa mensal. Esses valores são depositados em contas da organização previamente informados e os comprovantes dos depósitos são entregues pelos membros, em dia específico aos distritos ou comunidades, onde serão confeccionados certificados de agradecimento e participação aos membros.Os valores arrecadados são convertidos em manutenção de Sedes e Centros Culturais e para custear as atividades da organização.
Centros Culturais e Sedes Regionais
Apesar da maioria das reuniões da BSGI serem realizadas nas casas dos membros em comunidades espalhadas por todo o Brasil, existem locais onde pode-se realizar reuniões com grupos maiores que são as Sedes Regionais e os Centros Culturais. As Sedes Regionais são locais onde os membros da BSGI de uma determinada região se reúnem para realizar reuniões de palestra, reuniões por divisão, recitação de Daimoku (Daimoku-tosso), atividades comemorativas ou alusivas (Gongyokai) ou ainda apresentações artísticas. Existem também sedes regionais na maioria dos estados brasileiros, que podem ser imóveis próprios ou alugados. Os Centros Culturais são locais mais amplos, que podem abrigar de 150 a 500 pessoas, onde os membros da BSGI realizam grandes encontros a nível regional ou nacional.
Os principais são:
  • Centro Cultural Doutor Daisaku Ikeda, o "Novo Centro Cultural da BSGI", inaugurado pelo Sr. Hiromassa Ikeda, vice-presidente da SGI, em São Paulo. É o principal prédio da BSGI, erguido onde antes existia o Centro Cultural da BSGI. Está localizado próximo ao metrô Vergueiro, na Rua Tamandaré em São Paulo.
  • Auditório da Paz, em São Paulo, inaugurado em 1984, antes denominado Auditório Presidente Ikeda, hoje faz parte do complexo Centro Cultural Doutor Daisaku Ikeda.
  • Sede Central da BSGI, em São Paulo, onde fica concentrada a parte administrativa da BSGI e a redação do Brasil Seikyo, periódico semanal da BSGI. Localizado na mesma rua do Centro Cultural Doutor Daisaku Ikeda.
  • Sede Social da Divisão Feminina, localizada na rua do Centro Cultural Doutor Daisaku Ikeda e da Sede Central da BSGI.Este local foi a primeira Sede da BSGI
  • Sede Social Josho, o antigo templo Itioji, onde realizam-se casamentos e reuniões.
  • Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, São Paulo. Realizam-se Cursos de Aprimoramento (Capri) e Reuniões Nacionais de Dirigentes.
Além destes existem os Centros Culturais do Rio de Janeiro, Norte do Paraná, em Londrina, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Mogi das Cruzes, Angra dos Reis, Brasília, Pará e São José dos Campos e os Centros Culturais Regionais da CCSP Norte e Sul, localizados nos bairros de Santana e Jabaquara.
O Centro Educacional Soka e a Escola Soka do Brasil são escolas particulares que utilizam a metodologia de ensino brasileira aliado ao método de ensino desenvolvido para ensino e alfabetização pelo primeiro presidente da Soka Gakkai, Professor Tsunessaburo Makiguti, chamado "Educação Para uma Vida Criativa", utilizado também na Universidade Soka do Japão, na SUA (Soka University of America) e em outras unidades escolares Soka espalhadas pelo mundo.
Reunião de Palestra
A Reunião de Palestra é a principal reunião realizada uma vez por mês na BSGI. Ela tem como objetivo reunir os membros para estudar o budismo, trocar experiências e apresentar a filosofia budista a novas pessoas. Ela teve origem no Japão, quando Jossei Toda reunia pessoas para apresentá-las à filosofia do Budismo de Nitiren Daishonin. Apesar do nome "Reunião de Palestras", de fato, é a reunião com base nos diálogos. Esta idéia é refletida no termo original de idioma japonês "Zadankai". Ela pode ser realizada a qualquer nível de a Bloco a Subcoordenadoria ou até nacionalmente.
Como é uma Reunião de Palestra?
Basicamente inicia-se a reunião com um ou dois apresentadores (Shikai),seguido da recitação do Gongyo e Daimoku (geralmente utiliza-se um local onde há um Butsudan(oratório)com um Gohonzon consagrado), em seguida inicia-se a apresentação de convidados, estudo da matéria da Reunião(publicada mensalmente no Brasil Seikyo), apresentações culturais, incentivos de dirigentes convidados, relatos de experiência ou de comprovação e canto de algumas canções da BSGI. dura em média uma hora e meia, podendo ser realizada em casas particulares ou sedes da BSGI, dependendo do caso.

BUDISMO NITIREN

TEXTOS RETIRADOS DA WIKIPEDIA

Budismo de Nitiren é o conjunto de escolas que seguem o ensinamento budista de Nitiren, monge japonês do século XIII.
Entre outros pontos em comum, essas linhagens afirmam que o Sutra do Lótus torna os demais sutras budistas verdades parciais. Os ensinamentos anteriores teriam sido proferidos pelo Buda Shakyamuni em caráter provisório, de acordo com a capacidade dos ouvintes, enquanto no Sutra do Lótus ele profere seus ensinos a partir de um ponto absoluto, segundo a interpretação do Sutra de Lótus e do Sutra do Nirvana por Nitiren.
Principalmente porque Buda deixou explícita a mensagem de que seria o Sutra Lótus o único Sutra a ser seguido, revela numa passagem do Sutra Lótus que: "Dentre os sutras, Este é o Rei soberano". Sem margem de possibilidade de adoção de qualquer outro tipo de ensinamento.
Outro tópico essencial ao Budismo de Nitiren é a utilização de um único mantra, "Nam-myo-ho-ren-gue-kyo", que, em uma tradução simples, significa "Devoto-me à lei mística do Sutra de Lótus", mas cujas sílabas desdobram-se em outros significados. De acordo com as escolas, O daimoku (como é chamado o mantra), encerraria em si a Lei do Universo e despertaria a natureza de Buda em quem recitasse. Portanto, outro pilar da fé nos ensinamentos de Nitiren seria o poder de atingir o Estado de Buda na existência atual e, através da disseminação dos ensinos (Chakubuku), buscar a paz mundial (kossen-rufu).
Dentre as práticas dessa tradição budista, encontram-se a recitação do mantra "Nam-myo-ho-ren-gue-kyo" a uma mandala tradicional chamada Gohonzon e a realização de duas cerimônias de oração diárias, denominadas Gongyô, em que são recitados trechos do Sutra de Lótus na pronuúncia japonesa do texto em chinês.
Existem dúzias de escolas de Budismo de Nitiren, com significativas diferenças doutrinárias principalmente quanto ao papel exato de Nitiren.
No Budismo Primordial HBS (Honmon Butsuryu-Shu), o Grande Mestre Nitiren Daibossastu, assim chamado, é reconhecido como Mestre Renascimento do Jyougyou Bossatsu, Bossatsu Primordial, que realizou o estabelecimento da Religião do Odaimoku, orando pela primeira vez em voz alta, aos 32 anos de idade, no dia 28 de abril de 1253.
Algumas, como a Nitiren Shu, tratam-no como um importante sacerdote que revelou à população o Verdadeiro Budismo, mas submisso a Shakyamuni. Outras, notavelmente a Nichiren Shoshu e a organização Soka Gakkai, consideram Nitiren como o Buda Original da era de Mappô, dedicando sua atenção a ele em vez de outros Budas, cujos ensinamentos também teriam se tornado impraticáveis e inadaptáveis aos tempos atuais.
É necessário frisar que o budismo de Nitiren baseia-se na lei de causa e efeito, ou seja, na relação entre palavras, pensamentos e ações do indivíduo para com a sua condição de vida presente ou futura. Tudo que o ser humano desfruta de positivo ou negativo é resultado do seu carma, podendo ser ele positivo ou negativo, variando de acordo com suas ações, palavras e pensamentos.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

RECITAR NAM-MYOHÔ-RENGUE-KYÔ É A MAIOR DAS ALEGRIAS!

Não há felicidade mais verdadeira para os seres humanos que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo.
As palavras "seres humanos" logo no início de fato contém um grande significado, pois se referem a toda a humanidade. O ensino de Daishonin pode beneficiar todas as pessoas sem uma única exceção.
O budismo é um ensino que existe para todos os seres humanos. Não é apenas para os japoneses, ou para os integrantes de um determinado grupo étnico ou país. Nitiren Daishonin declara fundamentalmente que, para todas as pessoas, sejam pobres ou ricas, famosas ou anônimas, poderosas ou cidadãos comuns, artistas ou cientistas, não existe felicidade, alegria e nem realização verdadeira sem a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.
A razão disso é que, ao recitarmos Daimoku, nossa vida se une com a vida do Buda e podemos extrair uma força inesgotável que nos possibilita realizar nossa revolução humana e ajudar as outras pessoas a fazerem o mesmo.
A fama, a riqueza ou o prestígio social não nos garantem por si sós a felicidade. Há muitos milionários que sofrem terrivelmente por trás das paredes de suas mansões. Alguns estão tão presos à vaidade que não têm um segundo de paz interior. Muitas pessoas famosas caem num inferno de angústia quando perdem a celebridade.
Pode haver duas pessoas que trabalhem na mesma empresa, realizem funções idênticas e têm a mesma situação econômica e social, apesar disso, uma se sente feliz e a outra vive desesperada. Não é raro encontrar esse tipo de disparidade entre pessoas que, em outros aspectos, têm a vida muito parecida, isso está relacionado à condição de vida interior, ao sentimento de cada uma.
Também não se pode dizer que apenas o avanço da ciência ou o desenvolvimento econômico conduz necessariamente à felicidade. Em qualquer caso, o fato de nos sentirmos felizes ou infelizes depende de nós próprios. Se não transformarmos nosso estado de vida, nunca conseguiremos sentir a verdadeira felicidade. Mas quando realmente mudamos nossa condição interior, o mundo se transforma. A recitação do Daimoku é o meio fundamental para tal transformação interior.
Considero a frase "Não há felicidade mais verdadeira para os seres humanos que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo" como uma das mais fáceis de memorizar e a mais difícil de compreender.
Imaginemos que uma pessoa procure você para pedir um conselho, pois ela se encontra desempregada e desesperada com a situação. É obvio esperar que você lhe ensine a oração do Daimoku, instruindo-a a estabelecer o objetivo de conseguir trabalho. Passados alguns dias essa pessoa o encontra demonstrando
estar muito feliz e lhe diz: "Puxa! A oração que você me ensinou é mesmo poderosa! Fiz o objetivo, orei o Nam-myoho-rengue-kyo e já estou empregado!" É muito comum ouvirmos frases como nesse exemplo, que "graças ao Nam-myoho-rengue-kyo consegui trabalho!"
Não é, absolutamente, uma forma errada de se expressar. No entanto, se analisarmos a frase do Escrito acima, é como se a pessoa mudasse seu teor para: "Não há felicidade mais verdadeira para os seres humanos que conseguir trabalho!".
Então como podemos melhor analisar e pensar? Penso que a forma mais profunda de pensar é "Graças à necessidade de trabalho, recitei o Nam-myoho-rengue-kyo!". Assim começamos a entender que os problemas são as motivações para a recitação do Daimoku. Ao invés de nos desesperarmos com situações difíceis, passamos a considerar que são nas dificuldades que se encontram as verdadeiras oportunidades. O sentimento de gratidão passa a fazer parte da oração e não há oração mais eficiente e forte do que aquela em que a determinação da vitória.

TEXTO RETIRADO DO SITE: http://www.estadodebuda.com.br/home

COMO POSSO INICIAR A PRÁTICA DO BUDISMO NITIREN?

Inicialmente para nós ocidentais, a prática do budismo de Nitiren Dashonin pode parecer um tanto quanto estranha (principalmente porque o mantra está escrito em chinês clássico com um pouco de sânscrito). Mas acredite, é justamente aí que reside a chave para o grande sucesso que alavanca a boa sorte das profundezas da nossa vida.
A prática budista consiste basicamente na recitação contínua dos caracteres NAM - MYOHO - RENGUE - KYO (lê-se: Nam - Miôrro - Rengue - Kiô). Na sessão de AÚDIO E VÍDEO na coluna lateral do BLOG temos o áudio com 6 e 15 minutos de Daimoku. Acho muito gostoso recitar Daimoku com esses aúdios, uso até hoje o de 15 minutos, porém gravei-o seguidamente em um CD com 1 hora de duração. e coloco para tocar durante minha recitação, quando acaba sei que fiz 01 hora de Daimoku. Normalmente faço de 1h a 1:30h por dia.

Como praticar o budismo? Você deve sentar com a postura bem ereta de frente para uma parede lisa (entenda lisa como sem quadros, moveis, ou coisas que distraiam sua atenção). Uma vez sentado assim, você deve de olhos abertos focalizar sua visão num ponto na parede (se for preciso faça esse ponto com um lápis). Junte as palmas das mãos abertas e coloque-as na altura do coração.
O lugar deve estar silencioso, e você deve se concentrar naquele ponto. Se possível, mantenha sua mente em pensamentos positivos, desejos sinceros e muita gratidão no coração. Por outro lado, não se incomode se sua mente divagar em pensamentos que não lhe pareçam alheios ao que você considera bom ou justo para a sua vida. Lembre-se que nós possuimos, todos nós, os 10 estados de vida. E estes se manifestam conforme diversas condições internas e externas, conforme fortes ou fracos estivermos.
Recite sua voz, sem ser muito alto e sem ser murmúrio, num som agradável e que não incomode as pessoas: NAM MYOHO RENGUE KYO - NAM MYOHO RENGUE KYO - NAM MYOHO RENGUE KYO ... Recite continuamente o tempo que for necessário ou que você desejar. Inicialmente as pessoas costumam recitar de 5 a 15 minutos. Entretanto algumas pessoas de altíssima determinação (ITINEN) começam já fazendo meia hora senão 1 hora completa.
Mas não se preocupe em fazer pouco ou muito tempo. O mais importante é você fazer com seriedade e muita sinceridade. Lembrando que como mortais comuns existe um estado de buda a ser manifestado - e ao manifestá-lo conseguimos adquirir portanto, o corpo de um buda.
Faça a prática budista de manhã e a noite. Todos os dias.

O que esperar com a prática budista? A prática do Nam Myoho Rengue Kyo (daimoku) é muito simples mas com um amplo sentido e significado. Uma vez que você deseja com seu espírito de procura entender mais do budismo, irá compreender ainda mais para que serve a prática. Em termos gerais, a prática permite que elevemos nosso estado de vida proporcionando a capacidade de enxergar o mundo com mais sabedoria, mais coragem e mais benevolência. Essas três características despertam todas as funções vitais necessárias para lidarmos bem com as pessoas que nos rodeiam, com o ambiente que nos cerca e consequentemente atraindo toda a boa sorte possível.
De um ponto de vista um pouco mais aprofundado, a prática conduz ao conceito de amenização do karma (karma significa apenas ação - todas as ações, sejam elas positivas ou negativas).
Existe muito a se aprender sobre essa profunda Lei. O mais importante é você com sua fé ser capaz de enxergar os benefícios da prática na sua própria vida, só assim você conseguirá entender de coração porque milhões de pessoas em mais de 190 países recitam daimoku.
Recitar daimoku é muito importante. Mas é importante salientar que para manter a prática é preciso estudar, procurar grupos e reuniões budistas e estar com o coração aberto para o mundo, para as pessoas e para o seu desejo sincero de transformar toda maldade que encontra-se no único lugar onde ela reside- dentro de nós mesmos.

O SIGNIFICADO DO NAM-MYOHÔ-RENGUE-KYÔ

"NAM
Nam, contração de Namu, que deriva do sânscrito NAMAS, significa "devotar" ou a relação perfeita da vida da pessoa com a verdade eterna. Ou seja, dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida. Também significa acumular infinita energia através desta fonte e tomar atitudes positivas aliviando o sofrimento dos outros.
MYOHO
Myoho literalmente significa Lei Mística.
Myo significa "místico", mas elimina qualquer sombra de milagre. É assim chamado porque o mistério da vida é de inimaginável profundidade por tanto está além da compreensão do homem.
  Ho significa "lei". A intrínseca natureza da vida é tão mística e profunda, que transcende o âmbito de conhecimento humano. Por exemplo: o ser humano nasce como um bebê, cresce e torna-se um jovem, depois um idoso e por fim morre. Isso é obviamente, uma inquebrável lei regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais pode nascer adulto ou escapar desse ciclo, por mais que deseje.
RENGUE
Rengue é a lei de causa e efeito. O budismo esclarece essa lei em todos os fenômenos do universo, e é simbolizada pela Flor de Lótus (Ren, flôr e Gue lótus, em japonês), pois produz a semente (Causa) e a flor (Efeito) simultaneamente. Uma quantidade enorme de todas as causas passadas formam o efeito da condição presente. Ao mesmo tempo, o momento presente é a causa do futuro. Assim, a vida é a continuação dos momentos combinados pela corrente de causa e efeito.
 KYO 
Finalmente kyo que é a tradução do sânscrito Sutra, significando ensino, o ensinamento do Buda, que é eterno. Também é a função e influência da vida, assim como a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do passado presente e futuro.

Saddharma Pundarika Sutra é título original do Sutra de Lótus em Sânscrito
Ele foi traduzido no ano 406 por Kumārajīva recebendo em chines o nome de Myoho-Rengue-Kyo
Onde Sad se torna Myo,
Dharma, vira Ho
Pundarika, que é flor de lotus, vira Rengue
E Sutra, que é ensino passa a ser Kyo.

Nitiren Daishonin nos aponta como o Myoho-rengue-kyo como o ensino que contém o caminho para a iluminação.
Ao colocar "Nam" antes do título do Sutra de Lótus ele cunhou a frase que recitamos diariamente, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, que numa tradução livre seria o algo como: Devotar-se ao Sutra de Lótus, ou Devotar-se à Lei Mística da Causa e Efeito (exposta pelo Buda no Sutra de Lótus ).

O Nam-Myoho-Rengue-Kyo cobre todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no Universo. em outras palavras, é a vida do Buda que alcançou a suprema Iluminação. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é idêntica à vida do Universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual a vida individual dos seres humanos.

A natureza de Buda está exatamente dentro de cada um de nós. É o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Quando entoamos o Daimoku a natureza de Buda dormente dentro das nossas vidas é convocada. Invocado deste modo, o que desperta é o Buda. Quando um pássaro numa gaiola canta, os pássaros voando no céu vêm para baixo. Quando os outros pássaros se reúnem ao redor, o pássaro engaiolado tentará escapar. Do mesmo modo se recitarmos a Lei Mística, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo em voz alta, a natureza de Buda se revela e se alegra e nos acompanha. Se praticarmos corretamente, não haverá beco sem saída na vida. Uma vez que nos baseamos na Lei Mística, podemos definitivamente transformar as nossas vidas para o melhor e ultrapassaremos qualquer impasse. Em qualquer situação, seguir essa lei absoluta com fé absoluta é, na verdade a base da nossa prática.
Nam-Myoho-Rengue-Kyo!" 

Texto compilado de matérias de estudo do Bloco Mandala, da BSGI, Barra, RJ - TC nº 306
BLOG DO CESINHA: www.budanaweb.com

O QUE É O BUDISMO NITIREN?